quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O futebol dá adeus ao gênio. O gênio, um obrigado ao futebol!!


"É a minha primeira morte". Com esta declaração, Ronaldo "Fenômeno" se despediu do futebol. Mas, essa não foi a mais incisiva frase proferida pelo, agora, ex-jogador em entrevista coletiva concedida para anunciar o fim da carreira. Lembrando o histórico de lesões, que o atormentaram durante toda a carreira e que, talvez, antecipou o fim, Ronaldo soltou: "Perdi para o meu corpo". A frase estampou a capa da grande maioria dos jornais do Brasil e do Mundo. É a pura realidade.

Três vezes melhor jogador de futebol do mundo, maior artilheiro da história das copas, exaltado em todos os clubes por onde passou, uma das maiores sensações do mundo futebolístico, e o jogador que mais vezes morreu e ressuscitou. Mas, desta vez, Ronaldo, definitivamente, PAROU.

Uma carreira que começou no modesto São Cristóvão (RJ), passou pelo Cruzeiro e logo tomou a Europa. O velho continente se rendeu, rapidamente, ao futebol encanto do dentuço, ainda em plena forma física e na flor da idade.

Ronaldo tinha 17 anos quando representou a seleção brasileira na inesquecível Copa do Mundo de 1994. Era o jogador mais jovem a vestir a amarelinha em uma Copa. Ele começava a escrever uma história de consagração e declínio, sempre imbuído do poder da fênix.

Mesmo não se despregando do banco de reservas, exceto no momento do GOL, Ronaldo foi visto e se mudou para a Holanda. O PSV abriu a primeira porta e o fenômeno, com o seu futebol, se encarregou de abrir o resto. Vieram Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan.

Dotado de um carisma ímpar e, quase inigualável, Ronaldo conseguiu agradar, praticamente, a gregos e troianos. Real Madri e Barcelona, Inter e Milan. Na ânsia pela rivalidade, que muitas vezes extrapolava o limite do permitido, as torcidas davam um trégua quando o assunto era Ronaldo. Todos mereciam ter um pouquinho do jogador, sem egoísmo ou sentimento de posse.

Ronaldo cresceu, venceu por três vezes a eleição de melhor jogador do mundo, e caiu algumas vezes. A maior delas, na Copa do Mundo de 2006. Visivelmente acima do peso e mostrando, descaradamente, o desinteresse e falta de paciência com a rotina de treinamento, o fenômeno começou, naquela patética eliminação para a França, o seu processo de abandono do futebol.

Depois, ele até que tentou. Esteve no Milan e chegou ao Corinthians. No primeiro momento, um reforço de peso - sem trocadilhos - ele ainda podia ser um grande jogador. Mostrou a todos os brasileiros e, sobretudo, a torcida do Corinthians, que futebol não se esquece. Foi um dos destaques do time no primeiro ano no clube. Mas, bastaram alguns jogos afastados e a eliminação precoce da libertadores para Ronaldo desistir.

Em entrevista coletiva, Ronaldo, em nenhum momento, culpou a agressividade da torcida Corinthiana como sendo o fato desencadeador da decisão de abandonar o futebol.  Mas, será que um jogador tão consagrado, realizado financeiramente e prestes a encerrar a carreira - provavelmente no final de 2011 - se arriscaria a sofrer agressões por um time, que cá para nós, não é o dele?

Enfim. Após quase 20 anos de carreira, em meio à crises e glórias, Ronaldo "Fenômeno" decretou o fim. Para honrar uma história marcada por fatos inexplicáveis, como a tal convulsão em 98, ele terminou a coletiva com uma polêmica, e revelou o que era um segredo para a esmagadora maioria do público:

"Há quatro anos fiz um exame no Milan que constatou que eu tinha hipotiroidismo. Eu precisava tomar hormônios, mas não podia porque seria pego no doping". E acrescentou. "Alguns de vocês agora devem estar arrependidos de fazer tanta chacota com meu peso, mas não guardo mágoa. Só queria explicar isso no ultimo dia da minha carreira". A explicação de Ronaldo foi contestada por todos os especialistas consultados pelos veículos de comunicação.

No último dia como jogador profissional, Ronaldo encerra a carreira e deixa mais um "asterisco" na sua história. O peso do fenômeno era mesmo resultado da doença?

Mas, se sim ou se não, não interessa. Por maiores que tenham sido os percalços e infortúnios na vida do fenômeno, nada será maior e mais importante do que aquilo que fez dentro de quatro linhas. Ali ele foi brilhante e levou o Brasil, nos pés, ao resto do mundo.

                                             Palmas para o Fenômeno!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A caravela afundou....


Não sobrou só para o técnico vascaíno, PC Gusmão, o ônus pela pífia campanha do time nas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Os medalhões, Carlos Alberto e Felipe, contratos com toda a pompa para serem os líderes e craques do time, também receberam punição. Depois de pouco mais de seis meses no comando do time da colina, PC não resistiu à terceira derrota seguida para times pequenos e está fora de São Januário. Já os jogadores, foram afastados e não enfrentam o Flamengo no clássico do próximo domingo.

PC Gusmão chegou a São Januário com a altivez de quem havia deixado o Ceará na liderança do Campeonato Brasileiro, e trouxe com ele a esperança de repetir o sucesso no Vasco. No início do trabalho, chegou-se a ver lampejos de prosperidade. Mas, não durou muito. Logo o time começou a cair na tabela do brasileirão e, no fim, lutava apenas por uma vaga na Copa Sul Americana.

Naquele momento, não era raro encontrar vascaínos que pediam a volta de Eurico Miranda. Diante da crise e dos inúmeros empates dentro de casa, até os torcedores mais adversos ao antigo mandatário queriam o seu retorno. Fosse de forma sincera, ou apenas para forçar o presidente Roberto Dinamite a tomar atitudes mais enérgicas e devolver ao Vasco o respeito perdido.

Veio o novo ano e as esperanças se renovaram. As contratações, mesmo não sendo as esperadas pela torcida, chegaram. Carlos Alberto mostrava disposição nos treinamentos e parecia que não sofreria tanto com as lesões. A torcida apoiou e comemorou a vitória no amistoso contra o Cerro Porteño, em São Januário. O placar de 1 x 0, com um pênalti perdido por Carlos Alberto, fez a torcida pensar que o jejum de oito anos sem título no campeonato carioca teria fim. O time jogou razoavelmente bem para um amistoso, e em pré-temporada.

Mas, bastou a primeira partida do Carioca, contra o Resende, para as coisas começarem a degringolar. Era apenas o primeiro passo para uma derrocada ainda maior. Vieram Nova Iguaçu e Boavista e as coisas saíram do eixo de vez. Em apenas três partidas, a esperança se transformou em descrença.

Após a partida contra o Boavista, na última quinta-feira, a paciência que restava acabou.  O torcedor protestou, e só poupou o zagueiro Dedé, o único sobrevivente da caravela cruzmaltina, ao menos para a torcida.

No vestiário, os nervos continuaram exaltados. Desta vez, Carlos Alberto e Roberto Dinamite discutiram e tiveram que ser contidos pelo diretor executivo, Rodrigo Caetano. Prova cabal do desrespeito pela instituição Vasco da Gama.

Felipe e Carlos Alberto estão fora, e pela opinião dos torcedores, não farão falta. Felipe ainda não mostrou a que veio, e de símbolo dos áureos tempos de Libertadores, Mercosul e Campeonato Brasileiro, passou a ser marca do mau momento do time. Já Carlos Alberto, abusou da paciência do torcedor. Na última temporada, passou mais tempo no departamento médico do que em campo e, nas primeiras partidas deste ano, se mostrou apático em campo e mais “fominha” do que nunca.

Agora, é juntar os cacos e tentar se reerguer. Afinal, o campeonato carioca também tem série B, e do jeito que as coisas andam, não é exagero alertar para o perigo.

A chance para espantar a crise está no clássico do próximo domingo, no Engenhão. O time da Colina, chafurdado na lama, irá enfrentar o Flamengo, absoluto e confiante na competição. Os jogadores do time Rubro-negro preferem usar a máxima de que em clássico não há favorito. Já a torcida, não economiza nas piadas e deboches. Aos jogadores do Vasco, só resta tapar os ouvidos e colocar o coração na ponta da chuteira, e aos torcedores, esperar por dias melhores.