quinta-feira, 14 de outubro de 2010

V de Vasco, Vitória e Verdade

Lédio Carmona
Eu estava em São Januário no sábado e não entendi as vaias de parte da torcida vascaína para o time após empatar em 3 a 3 com o Grêmio. O Vasco acabara de fazer uma excelente partida contra a melhor equipe do segundo turno. Cedeu o empate no fim, mas, descontado o resultado final, jogou com intensidade e personalidade que mereciam aplausos. No fim daquela noite, PC Gusmão foi verdadeiro e não escondeu sua preocupação. “Os jogadores ficaram abalados. O clima no vestiário está muito ruim”.

Aí está a grande diferença do Vasco, do Brasileirão-2010, para aquele que foi rebaixado em 2008 e, após perder a final da Taça Guanabara desse ano para o Botafogo, jamais se reencontrou no Cariocão. A equipe de PC, além de ser melhor, não senta em cima dos problemas, das dores e das decepções. Dentro de suas limitações, consegue reunir forças, ânimo e sempre se reinventa. E, graças a essa postura, impõe uma revolução, ainda discreta, porém real, dentro de São Januário.

A revolução tem duas frentes. Uma puxa a outra. Há muito tempo o Vasco não tinha um time onde os jogadores mostravam prazer de vestir a camisa do clube. Nota-se dedicação em campo, vontade e comprometimento. Na campanha da Série B, havia um pouco disso. Mas, agora, a sensação de entrega é ainda maior. Comparados a grupos prostrados e indolentes que andaram envergonhando a história do clube e rebaixando a marca, é um passo gigantesco na reconstrução.

Ao mesmo tempo, a recuperação do “time” trouxe de volta o torcedor. Se ele vaiou no sábado, é porque sabe que o time pode ser vencedor. Há confiança. Há respeito. Há troca. Há incentivo. O Vasco está no meio da tabela e seu seguidor, consciente das dificuldades do clube, sonha com algo a mais, porém já tem uma sensação de bem-estar e felicidade. Para quem nos últimos tempos não teve nada, um pouco já é muito. E o muito é quase demais.

E, por fim, PC Gusmão fez o time encaixar. O Vasco hoje tem Dedé, que interessa ao Bayer Leverkusen, e a terceira melhor defesa do Brasileiro. Ontem não teve, mas conta com Fágner e Ramon para as laterais. Felipe e e Zé Roberto estão jogando muito. Falta um centroavante, porém Eder Luis, com 8 gols, assumiu o papel de artilheiro. Não é uma máquina, não é perfeito, talvez não seja ainda sedutor. Mas o Vasco hoje tem um time. De verdade. E, de novo, uma torcida orgulhosa e de cabeça erguida.

E o Corinthians? Dois pontos em 18 disputados. O Corinthians tem time. Mas não teve cabeça, serenidade e cabeça fria para lidar com os maus resultados. Por falar em calma, veja a polidez e a educação de Souza, menos de 10 gols em dois anos, na saída de campo…

A diretoria fez uma trapalhada ao demitir Adílson Batista. Hoje, não tem rumo, não tem paz, não tem chão, não tem união, e não tem treinador, na reta final da campanha. E ainda me botam um interino cujo presidente do clube sequer conhece o nome. E agora, como reparar o estrago? Ainda dá tempo. Mas é viável? Ah, sim, Ronaldo volta contra o Guarani. Então tá…

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Como diria o Rei.... São tantas emoções!!!!

A quarta-feira começou com o jogo Vasco x Vitória. O time da Colina entrou em campo amparado pela festa da torcida. Os sinalizadores iam além da sua função mais conhecida de fazer fumaça, e davam o recado. “O Time da Virada”

A emoção foi até o fim. O Vasco começou com tudo. Aos 15 minutos, Magno abriu o placar e encheu de esperança os torcedores cruzmaltinos. Mas, a euforia se transformou em descrença quando Nilton fez pênalti, e foi expulso. Era o empate do Vitória.



Agora, era preciso fazer três gols. Fez dois. E se não fosse a ajuda do juiz, fatalmente, chegaria a classificação. Em lance aos 32 minutos do segundo tempo, Élton sofreu pênalti. Carlos Alberto converteu e fez 3 a 1. O goleiro Viáfara, que derrubou o atacante vascaíno na área, continuou em campo. O mesmo lance que tirou Nilton da partida resultou em apenas um cartão amarelo para o goleiro do Vitória. Nessa altura do jogo, o time baiano já havia feito as três substituições.

A outra semifinal da Copa do Brasil surpreendeu. Não pelo momento atual, mas pelo peso da camisa. Palmeiras e Atlético-GO se enfrentaram no Serra Dourada, em Goiânia. E deu Atlético. No tempo normal o Dragão venceu por 1 a 0. A decisão foi para os pênaltis. A partir daí, o que se viu foi um show dos goleiros e uma grande incompetência dos batedores. De dez cobranças, apenas três balançaram as redes.



A primeira semifinal estava decidida. Atlético-GO x Vitória.

Mais tarde, Santos enfrentou o Atlético-MG na Vila Belmiro. Envolta na polêmica criada pela provocação dos jogadores do Santos a Luxemburgo, a partida transcorreu na mais santa paz. O Santos venceu por 3 a 1, e Luxemburgo teve que aceitar. A hora dele chegou.

A tarefa mais fácil foi do Grêmio. O tricolor gaúcho recebeu o Fluminense e venceu. Vitória em casa e fora de casa. Classificação mais que merecida.

Na outra semifinal, Santos x Grêmio. Semi com toda pinta de final.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para esquecer


Flamengo e Corinthians se enfrentaram pelas oitavas de final da Libertadores. Motivo suficiente para escrever um texto enorme falando do jogo, da falta de técnica, da chuva que encharcou o gramado, do gol de pênalti de Adriano, que continua indiferente a torcida e não comemorou o gol. Mas, diante da atuação atabalhoada de Ronaldo, que já foi fenômeno, darei o devido espaço ao jogador.

Durante toda a semana não se falava em outra coisa. O confronto entre Ronaldo e Adriano. Quem levaria a melhor? A possibilidade de ver um grande espetáculo frustrou aqueles que foram ao Maracanã, e mais ainda os fãs de Ronaldo.

Bola na canela, escorregão, falta de atenção e mobilidade. A atuação do jogador foi ridícula. Em nem um ponto lembrou o Ronaldo três vezes melhor jogador do mundo.

Talvez o problema tenha sido jogar contra o time do coração, uma partida decisiva, e com o estádio mais charmoso do mundo pintado de vermelho e preto. Ou talvez, seja apenas o reflexo das noitadas e da falta de comprometimento, que acomete a maioria das grandes estrelas quando volta ao Brasil.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mancada da semana

A corrida do último domingo foi ótima para Felipe Massa, que terminou como líder do campeonato, boa para Bruno Senna e Lucas di Grassi, que finalmente cruzaram a linha de chegada e, péssima para Rubens Barrichelo.

Foi o que o mundo inteiro notou, após o piloto Rubinho se referir ao carro da Mercedes, que pilota, como porcaria. Mais tarde de cabeça fria tentou pôr panos quentes e se redimir.


"A porcaria do nosso carro ainda não está legal", falou Rubinho, com cara de poucos amigos.

No GP da Malásia o piloto brasileiro terminou na 12 posição, após o carro ficar parado na largada.

terça-feira, 30 de março de 2010

Um gênio nunca morre

Quem sabe, um dia, consigamos aceitar que Armando Nogueira não era eterno.

Seu corpo se foi, após dois anos de uma luta desigual com o câncer, mas seu legado continua infincado no chão desta terra. Armando é sim imortal. Seu coração parou, mas sua poesia continua pulsando como um coração de criança.

Nesta segunda-feira , o maracanã, acostumado a ser palco de comemorações e a tremular bandeiras multicoloridas, amanheceu tingido de preto. Preto de luto, ou talvez, preto do Botafogo. Time do coração de Armando. A tribuna de honra do estádio esqueceu os gols e as belas jogadas feitas com os pés, e fez reverência ao craque das palavras, velado no local.

Hoje, no último adeus, ultraleves sobrevoaram o cemitério e  as centenas de pessoas que acompanhavam o sepultamento do jornalista esportivo aplaudiram o mestre, e entoaram o hino do Botafogo.

Armando se vai e deixa inúmeros seguidores, que jamais irão se acostumar com a ausência de um gênio, que transferia para o papel a alma do esporte.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Decepção e Esperança

As coisas não saíram como deveriam e nem como os vascaínos esperavam. Após longos anos de jejum o vasco estava de volta a uma final. O fraco botafogo, sapecado com seis gols no último clássico, não seria empecilho para o gigante da Colina erguer a taça de campeão.

Vasco e Botafogo estavam na final, apesar dos sádicos estufarem o peito e atribuírem à sorte a presença desses times na decisão. Flamengo tinha o império do amor, Fluminense tinha Fred, mas o Vasco tinha Dodô e o botafogo (segundo a torcida alvinegra)) Loco Abreu, apesar do jeitão desengonçado. Mas não vou entrar nesse mérito. Confusão de torcida e opinião de comentarista parcial.

Confesso que a minha autoconfiança, como vascaína, extrapolava o limite aceitável para uma partida de futebol, onde favoritismo, sobretudo num clássico, não existi e é um passo para a derrota.Começou o jogo. Ao apito do árbitro vi a minha prepotência se esvair. As unhas iam diminuindo a casa lance, a cada segundo passado. O fraco time do Botafogo não ofereceria nenhum risco, caso a apatia, nervosismo, e mau futebol do Vasco não estivessem tão latente.

O vasco jogou mal e Nilton, aos 25 minutos do segundo tempo, resumiu numa entrada desleal a postura de todo o time. Total descontrole psicológico.
Agora é engolir o sapo e esperar dias melhores. E que eles venham semelhante aos áureos tempos da década de 90.